Viver não é fácil.
E então eu me pego lutando novamente. Ser mãe... Como é difícil ser mãe, gente!!!
Talvez você esteja pensando: "Oh, deve ser difícil mesmo ter que trocar tantas fraldas, dar banho, cuidar da alimentação e as demais responsabilidades que tomam um dia de uma mãe de 3 filhos pequeninos", mas, na verdade, eu sinto que tudo isso é parte mais fácil e agradável do meu pacote materno no momento!
Tem sido difícil lidar com as pessoas. Tem sido difícil lidar com os julgamentos, comentários, palpites e comparações alheios. Tem sido difícil lutar contra minha auto-imagem negativa frente a qualquer dificuldade ou fracasso.
Ninguém nunca me falou que eu perderia metade dos cabelos da cabeça durante o período de amamentação. E dói cada vez que varro o chão e recolho um tufo que me parece maior do que o tanto de cabelo que meus bebês têm juntos.
Andar em lojas para comprar uma roupa nova que substitua alguma antiga (de grávida), então, nem pensar. Nada fica bom no corpo atual, e ainda tem o fato de que quase nada permite que eu alimente meus bebês de forma prática. Uma chatice.
Que dirá, então, pensar em fazer um curso, estudar, atualizar o currículo. Ou, simplesmente, levar um projeto adiante na igreja. E você passa horas sonhando e planejando, até que, no dia de sair de casa, alguém acorda doente, ou o tempo amanhece chuvoso, e você não consegue nem mesmo chegar no carro sem que seus filhos fiquem encharcados. Ficar em casa, é o jeito.
Ah, e também tem aquelas irritações que aparecem durante uma saída de casa. E apesar de eu aguardar esses (poucos) momentos ansiosamente - mesmo com toda a preparação que eles requerem - meu prazer de estar fora parece estar sempre sobre uma torre de baralhos pronta para desmoronar assim que alguém manche de batom a roupa branca da minha filha, ou diga: "quando meus filhos eram pequenos eu carregava os três dentro do ônibus e nunca faltava na igreja".
E além de não poucos, esses problemas são cumulativos e o coração vai ficando cada vez mais pesado, triste, dolorido e amargurado.
Esse é o quadro. Essa é a situação. E eu estou com sede...
Sede do descanso que alivia a alma sobrecarregada...
Sede do perdão que liberta o coração dolorido...
Sede da alegria que ilumina por onde passa...
Sede da autenticidade que liberta do uso de máscaras...
Sede do altruísmo que serve sem esperar nada em troca...
Sede.
Então, encontro o Senhor. Ele está bem ali, ao lado do poço, Ele está me oferecendo um copo cheio, não com água natural, mas com água viva. SIM!
Senhor, eu quero beber dessa água! Eu preciso! Dá-me da água viva!
E Ele então me lembra daquela palavrinha de significado profundo, que cobre multidões e multidões de falhas: GRAÇA! E ela não cobre apenas as falhas e fracassos dos outros: ela também cobre as minhas!!!
Ah... Jesus, como eu preciso de Ti!
Do teu exemplo de autêntico servo - o Rei do Universo que lavou os pés sujos de lama dos pobres pescadores e que respondeu com amor mesmo quando aquela simples senhora quis dar palpites sobre quem deveria sentar-se ao Seu lado no reino dos céus... Sem orgulho, sem arrogância, sem falsa humildade...
Meu Senhor, perfeito, puro, que vestiu um corpo mortal, sentiu a minha dor e carregou a minha culpa. Aquele Jesus que suportou grandes irritações, incomparavelmente maiores do que as minhas.
Sim, esse é Jesus! Ele liberta, ele limpa, ele purifica! Ele sempre tem as palavras certas, fala com sabedoria, repreende com amor, cura...
Ele é a fonte da alegria, Ele é a fonte do amor que perdoa, Ele é a maior prova da graça e da misericórdia de Deus para comigo.
MISERICÓRDIA - que me garante vida a cada manhã e me permite iniciar um dia "renovada" com Ele...
E então me vem a mente a frase da Katie Weldon: "Se Deus pode iniciar um dia renovado conosco, porque não podemos nós, também, iniciá-lo renovado com os outros ao nosso redor" - ou conosco mesmos?
Sim! Eu posso fazer isso. Eu posso isso em Cristo! Ele me perdoou, ele me zerou da culpa e do castigo. E agora eu também posso fazer o mesmo por outros e por mim. Afinal, somos todos humanos, pecadores, lutando com as mesmas fraquezas, buscando o mesmo alvo e crescendo juntos rumo à imagem de Cristo.
E então, eis o desafio de graça para cada manhã: Renovar! Zerar! E transbordar um pouquinho da água viva que, em Cristo, tenho abundante.
Eu o aceito. E permito que essa experiência de ser mãe seja mesmo um instrumento poderoso nas mãos do mestre para transformação da minha vida.
"Graças ao grande amor do Senhor é que não somos consumidos, pois suas misericórdias são inesgotáveis.
Renovam-se a cada manhã; grande é a Tua fidelidade!"
Lamentações 3.22-23
