Acordei feliz! Hoje seria o dia em que não veria meus lindos aluninhos da 4aC. Nada contra eles, claro, mas nada como uma manhã na sua casinha resolvendo suas coisas... E quantas coisas: pia cheia de louça para lavar, pilha grande de roupas sujas, comida para fazer e ainda sobraria tempo para meu trabalhinho do seminário e para alguma leitura prazerosa. Uhul!
Primeira missão do dia: levar o carro para a revisão. Fácil! É só ir até ali em Diadema, deixar o carro, pegar o troleibus, descer em Piraporinha, caminhar uns 35 minutos até minha casa e antes das 10h da manhã estaria tudo resolvido. E o bom disso seria o exercício, que não vinha fazendo há algum tempo... Legal!
Só que nem tudo sempre sai como planejado e, ao abrir a janela do quarto: garoa. Fina, mas suficiente para deixar encharcado qualquer um que se arriscasse a uma caminhada longa. Mas tudo bem, já que ontem o maridão disse que deixaria o guardachuva tamanho bolsa feminina disponível. OPS... ele esqueceu. Beleza, vou encarar a garoa! "Eh São Paulo terra boa, da garoa" ou sei lá como é a música... hehe...
Estava fazendo tudo certinho (o que não é muito normal). Saí com antecedência e até lembrei de comprar passes de troleibus!
Tudo certo: carro na oficina, troleibus vazio, descer em Piraporinha, entrar numa loja de cosméticos e, ao sair, notar que a garoa tinha parado. Yes! Pronta para iniciar a longa caminhada.
E lá vamos nós: passa a casa da sogra, passa a feira, passa a praça, passa o morrão, passa o parque, passa a avenida e, finalmente, HOME sweet Home!
OPS! Pera aí, (friozinho na barriga), essa não! Será que peguei a chave?
Ohh, boy, acho que não... Revira-se a bolsa, joga-se todas as pequenas aquisições da loja de cosméticos no chão e nada de chave. Ficou no carro, não dá para negar, não dá para mudar, não dá para aceitar!!!
Calma... pensa, Juliana, pensa! O carro só vai ficar pronto depois das 16h. O que fazer até lá? Do lado de fora não dá pra ficar, fato. E justamente nesse momento, uma garoa espessa volta a cair. (Pois é, quando as coisas ficam ruins pode ter certeza que elas podem piorar!)
O que fazer nessa hora? Sentar e chorar não adianta nada, meu pai ensinou.
Já sei: meu sogro! Éé! Ele mora a 20 minutos dali... Ele tem a cópia da chave! E lá desço eu, voltando boa parte do caminho que havia acabado de percorrer...
Então, como eu dizia, as coisas podem ficar bem ruins, especialmente quando você está sozinha, correndo na chuva sem guardachuva, sem créditos no celular e seu marido não te liga naquele momento para, ao menos, dizer o quanto está sentido por ter esquecido de deixar o guardachuva... Pois é.
Mas uma coisa que tenho aprendido na vida é: quando as coisas ficam realmente ruins, tenha paciência: elas vão começar a melhorar!
E melhoraram... Chegar na sogra, conversar conversas agradáveis com ela e com a cunhadinha... Ser levada de carro pela cunhada até a concessionária novamente e resgatar a preciosa chave... E ainda poder contar com elas na hora de buscar o carro e saber que não terei que andar aquele caminho hoje novamente! yey! Me senti amada!
E por fim, chegar em casa já à tarde, quebrada, ver toda a bagunça, sentar no computador e escrever... Ainda terei a tarde inteira para fazer tudo o que preciso... E lá vou eu!
