26/08/2010

O que nem toda didática do mundo é capaz de ensinar


Didática é técnica. Técnica de ensinar.
Como professora, queria didática para tudo:
Para ensinar a jogar bola,
Para ensinar a cozinhar,
E principalmente, para discipular.

Quando a gente investe tempo em uma vida,
E sente que nada do que tentamos mostrar fez alguma diferença,
Surgem perguntas, indagações...

O que mais posso fazer
Para mostrar a ela
Que cristianismo não é religiosidade,
Que Deus não se importa com aparências e rituais,
Que Ele quer um coração quebrantado e contrito,
Com desejo de ser transformado?

O que, então, faltou
Para fazê-la entender
Que Ele abençoará seus planos
Se ela apenas entregá-los em Suas mãos
Deixando que Ele dirija
Deixando que Ele dite as regras?

Como ajudá-la a aprender
Que perdão é uma decisão
Que traz como consequência paz, leveza e alegria
Manda embora a dor, a amargura e o rancor
E restaura os relacionamentos quebrados?

Como fazê-la ver
Que a felicidade não está em algum lugar específico, ou em alguma situação específica
E que se ela não pode ser feliz aqui, agora,
Dificilmente o será em qualquer outro lugar do mundo
Ou em qualquer outra circunstância?

Como dizer de forma que entenda
Que não adianta fugir dos problemas,
Pois se Deus quer mudar seu coração,
Maiores provações e desafios virão,
E será que ela terá coragem para encará-los de frente?

Como, como, como?
Nem toda a didática do mundo poderia me ajudar nesses "comos".
Mas eu sei, já tenho as respostas:
Oração, Palavra de Deus,
E o agir do Espírito Santo em seu coração.

Ele não precisa de mim, humana e tão falha...
E não precisa de didática nenhuma.
Ele é o onipresente, onipotente, onisciente.
Ele irá com ela...
Ele a mostrará.
Ele.

18/08/2010

Acima da minha razão

Ainda pensando nesta música que minha linda irmã lembrou ontem. Como é bom estar acima da própria razão, confiar no Senhor e no Seu amor infalível!

Tentei entender
Tantas e tantas vezes
Mas descobri que existem coisas que nunca farão sentido
Porque nossos caminhos não são Teus caminhos
Mas no profundo da minha alma
Há uma coisa em que sei que posso confiar

Estou acima da minha própria razão
No melhor lugar para se estar
Perdido em Teu amor, o amor que sempre me protegeu
Tão alto, tão profundo, tão largo
Um laço forte, que me purifica
O lugar onde a alma pode descansar
Acima de minha razão

Por muito tempo eu tentei ter o controle
Mas agora, eu apenas entrego, Te entrego
E deixarei Teu amor me carregar para onde quiser
Não sei para onde vou
Mas estou cercado por Tua verdade
E já sinto a correnteza me puxar
Cada vez mais profundamente para Tua presença


Estou acima da minha própria razão
No melhor lugar para se estar
Perdido em Teu amor, o amor que sempre me protegeu
Tão alto, tão profundo, tão largo
Um laço forte, que me purifica
O lugar onde a alma pode descansar
Acima de minha razão

Tu enxergas como sou
Tu me deste Tua mão
E me fizeste entender que o Teu amor sempre me cobrirá

(Tradução da música OVER MY HEAD, do Brian Littrell, uma das músicas que mais marcaram minha vida em diferentes momentos, e que descreve bem o que estou sentindo hoje!)


13/08/2010

Sentindo saudades

Minhas emoções estão um tanto bagunçadas hoje.
Me sinto como que entrando em um túnel giratório que está me tirando toda estabilidade, apoio e conforto...

Quando a vida resolve mudar, quem pode segurar? Ou melhor, quando chega o momento preparado por Deus para que sigamos para a próxima etapa, com nova rotina, novos lugares, novas pessoas, novos desafios e novas responsabilidades, quem pode segurar o destino já traçado desde a fundação do mundo? É, isso seria como remar contra a maré, nadar contra a correnteza, andar contra o vento... Só geraria estresse, cansaço, insatisfação e trabalho inútil.

O jeito é deixar-se levar. Soltar o remo, deitar-se no rio, colocar as pernas para cima e deixar a correnteza guiar. Só de pensar o sentimento que isso traz é de muito mais paz, conforto e facilidade.

As mudanças que tenho em vista são boas. São sonhos e planos a muito desejados que estão se realizando. Vou me casar! Terei meu maridinho perto de mim, poderei cuidar dele, poderemos ter uma família, filhos, nosso lar... Poderemos servir ao Senhor juntos, viver momentos únicos, curtir a vida ao lado um do outro. Tudo isso é incrível, é um presente de Deus!

Mas, já estou sentindo saudades.

Sinto saudades da minha vó e do meu vô. Apesar dos alguns conflitos, eu os amo demais e agradeço ao Senhor por cada dia que pude passar aqui ao lado deles. Serei eternamente grata pela roupa lavada e passada (sempre), pela comida deliciosa (sempre), pela espera no portão quando chego à noite (sempre), pelo carinho e pelo cuidado que eles SEMPRE demonstraram. Não tem dinheiro, não há palavras, não há simplesmente nada que eu possa dizer ou fazer que pague tudo o que fizeram durante esses 5 anos que morei aqui.

Sinto saudades da minha igreja. Das famílias, das senhoras (minhas amigas), das crianças (tantas delas acompanhei o crescimento físico e espiritual...), dos jovens (amigos de todas horas), do ministério de música (que admiro tanto), do ministério de ensino (que pude ajudar e vi crescer ao longo dos anos), do coral, das cantatas de Natal, das EBFs, do oanse, dos cultos de oração, dos acampamentos, dos juniores (amados de paixão), da minha querida família (Pastor, Julieta, cunhados e irmãs) e de tantas outras coisas...
Ahh... Rio Pequeno, igreja da minha infância onde brincamos de esconde-esconde, pega-pega, gato-mia...; onde trocamos os primeiros bilhetinhos de amizade colorida, onde aprendemos a cantar com divisão de vozes logo nos primeiros anos da adolescência, onde aprendemos tanto de Bíblia, de amar a Deus, decoramos inúmeros versículos e vivemos tantos momentos de crescimento espiritual. Saudades!

Sinto saudades do meu trabalho. Apenas dois anos foram suficientes para descobrir um campo fértil de amizades, de pessoas queridas e dispostas a ajudar. É tão bom trabalhar com alegria, dar risadas, conversar sobre assuntos profundos, compartilhar do amor de Deus, ter espaço para falar, contar com a compreensão, sentir que as pessoas são humanas. Sim, nunca trabalhei em um ambiente tão humano como o CEU Uirapuru. Aprendi a admirar aqueles que estão na direção, aprendi a respeitar mais as diferenças e entender que bons resultados são apenas conseqüência de um trabalho feito conjuntamente por uma equipe coesa. Obrigada a todos os colegas por tudo que aprendi sobre profissão, sobre ser professora e que levarei para toda a vida.

Saudades, saudades, saudades...

Semana passada minha aula dos juniores foi sobre seguir a Jesus. Quase nunca isso é fácil, não é muito cômodo e por vezes é bem desafiador, mas é a única forma de encontrar verdadeira felicidade.
Não existe lugar no mundo melhor para se estar do que o centro da vontade de Deus. Lá, alegria, paz e satisfação são garantidas!

Tenho meditado em um dos versículos dessa lição:
"E Jesus lhe disse: Ninguém, que lança mão do arado e olha para trás é apto para o reino de Deus." (Lc 9:62)
Prosseguir, não olhar para trás... Ele dará forças, Ele será o apoio, o conforto, a direção, a paz, a tranquilidade, o amor e a segurança!

10/08/2010

Tempo de contar estrelas


Acho que toda adolescente e jovem mulher deveria ler a série Cris. Além de encorajar, inspirar, fazer rir, chorar e suar... ela sempre me levou a refletir sobre a vida, a Bíblia, Deus e o futuro de uma forma única. Gostaria muito que a autora Robin Gunn me desse a receita desse "feeling" que ela tem para transmitir mensagens a adolescentes de forma 100% eficaz!

A saga trata da vida de Cris, que no primeiro livro da série tem apenas 14 anos quando conhece seu "high school sweet heart" Ted, o rapaz que qualquer garota cristã sonharia encontrar: bonito, inteligente e espiritual (bota espiritual nisso!). Nos livros seguintes, esta história cheia de encontros e desencontros, conflitos e aprendizagens se desenrola e Cris vai crescendo, amadurecendo...

Bem, eu tinha 13 anos quando li o primeiro livro. No meu aniversário de 16 anos, ganhei de presente dos meus pais o livro em que Cris também completava 16 anos... Em suma, sinto que vivi a adolescência junto com a Cris: conflitos parecidos, pensamentos parecidos, aprendizados parecidos... Tinhamos muito em comum, menos o high school sweet heart. Sim, era duro admitir, mas eu não tinha o meu Ted.

O que eu quero compartilhar neste post, é algo que aprendi no oitavo livro da série, algo sobre contar estrelas.

Muitas vezes queremos que as coisas aconteçam em nossa vida no nosso tempo. Cris queria o Ted aos 14 anos, mas Deus dirigiu sua vida de forma que isso não acontecesse até que ELE quisesse (e demorou anos, só não digo quantos porque talvez você ainda lerá os livros!)...
Eu também queria meu Ted aos 14 anos. Lembro de orar, chorar, me apaixonar e manter sentimentos por rapazes que foram inúteis, apenas porque eu queria um relacionamento.
Graças a Deus (graça, não mérito meu) que não permitiu que isso acontecesse até que ELE quisesse! Eu tive que aprender, na marra, a contar estrelas.

Mas, talvez você se pergunte, o que é contar estrelas?

Bem, é uma idéia do Ted. Eu disse que ele era espiritual, não disse? =)

Certa vez, ao olhar para o céu, ele pensou em Abraão. Lembram-se da promessa que Deus fez a Abraão? Ele seria o pai de uma enumerável nação, bem ele, que não tinha nenhum filho. Parecia uma grande piada. Mas, certa noite, Deus mandou que ele saísse de sua tenda e disse: "Olhe para os céus, conte as estrelas se você consegue. É assim que serão os seus descendentes"!

Talvez você se lembre disso. Mas você sabia que depois dessa promessa, Deus ficou em silêncio? Demorou muitos anos para falar novamente com Abraão. Deus fez uma promessa e sumiu. Pode imaginar como Abraão se sentiu, ano após ano? Sem filhos, sem nenhuma prova de que Deus lhe falara... Só tinha um monte de estrelas silenciosas no céu, que ele podia ficar contando e recontando, continuando a crer que Deus realmente lhe tinha feito uma promessa.

Gente, isso exige muita fé! "Quero ter fé igual a dele, disse Ted".

Por anos, na área de relacionamentos, acho que me senti tão no escuro, tão no silêncio, tão na espera quanto Abraão... Não sabia o que Deus estava planejando a meu respeito, para meu futuro... Lembro-me de, durante uma viagem para Floripa no ano de 2003, acordar de madrugada no ônibus, olhar para o céu repleto de estrelas e lembrar-me dessa fala do Ted: "Quero ter fé igual a de Abraão, quero saber que, seja o que Deus quiser, Ele cumprirá Seus propósitos no tempo dEle. Quero continuar escutando a voz de Deus"; e lembro-me de renovar mais de uma vez esse voto de fé, de espera e de descanso na presença dEle, dono do meu coração e do meu futuro.

Hoje agradeço tanto ao Senhor por ter me preservado para meu primeiro (e único) namorado. Hoje entendo que o tempo de contar estrelas foi necessário para que eu crescesse, para que Ele me preparasse para o Vitor e o Vitor para mim.

O tempo de Deus é diferente do nosso, os pensamentos de Deus são mais altos e profundos do que os nossos... Ele sabe o melhor, ele sabia o momento certo para Isaque nascer, Ele sabia o quanto a fé de Abraão deveria ser provada até que ele chegasse ao ponto de estar disposto a oferecer o próprio filho em holocausto. Fé assim não nasce de um dia para outro.

Deus certamente tem desafios maiores para mim, para você. Ele sabe até que ponto deve provar a sua fé até que você se torne um homem/mulher pronto para receber a promessa.

Se você estiver contando estrelas, seja na área relacionamentos, filhos, profissão, ministério... não desanime! O Deus que não falhou com Abraão não irá falhar com você. ELE É FIEL!