01/10/2015

AMAMENTAÇÃO segundo o método “NANA NENÊ” – Porque apliquei, como apliquei e quais os resultados





A decisão de escrever esse post partiu de uma conversa com minha irmã linda, que ganhou nenê recentemente. Segundo ela, algumas dicas que dei sobre amamentação a ajudaram bastante a estabelecer uma rotina que funcionasse bem para ela e bebê. Ela me incentivou a escrever sobre isso, na esperança de que essas experiências possam ajudar outras mamães por aí. Que assim seja!

Ser mãe de primeira viagem não é nada fácil. A partir do momento que seu bebezinho é colocado em seus braços, você é a responsável por dar a ele o alimento que o fará crescer e se desenvolver. É uma mega responsabilidade. Ás vezes pode ser uma mega pressão. E ás vezes pode ser um mega incômodo, já que você perde o domínio sobre seus horários, rotina, sono... e passa a viver em função desse serzinho incrível que te deseja ardentemente a todo o momento.

Eu não tinha noção do que seria até que minha filha nasceu. Graças a Deus, algumas pessoas me incentivaram a ler e a me informar sobre o assunto antes de ter o bebê nos braços. E o livro que mais me ajudou oferecendo um método muito prático e aplicável, com princípios em conformidade com o que tenho em mente sobre educação de filhos foi este daqui:




“NANA NENÊ, Como cuidar de seu bebê para que ele durma a noite toda de forma natural”, Gary Ezzo e Robert Buckman, Editora Mundo Cristão




Li e amei, mas pouco tempo depois descobri que algumas mães o detestam (ou por não concordarem com a filosofia proposta, ou por confundirem-no com outro, com o mesmo título mas de outros autores e editora, que incentiva os pais a deixarem o bebê chorando no berço para que aprenda a dormir).

Decidi que iria aplicá-lo. Se é o único método certo, ou o único caminho viável, tenho certeza que não. Existem questões da maternidade que não são do tipo certo/errado, mas são escolhas que fazemos, e que devemos fazer com critério, buscando sempre a sabedoria que vem do alto, já que ela, sim, é o certo para nossa família.

E tenho para mim que, se um método não fere nenhum princípio bíblico, mas ao contrário, pode-se até enxergar princípios bíblicos nele, é um método benéfico ao ser aplicado com ponderação e fé.

Então, depois dessa longa introdução, vamos ao método...

O que é o método “Nana Nenê”:


O autor sugere que a amamentação do bebê desde o primeiro dia de vida seja orientada em uma rotina imposta pelos pais, não em livre demanda (ou sempre que ele pedir). Para ele, a criança deve desde cedo se adequar à rotina da família o que a ajudará a se perceber como parte dela e não como o centro dela.

O versículo que, pessoalmente, me ajuda a aprovar essa filosofia é Provérbios 29.15:  “A vara e a repreensão dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma envergonha sua mãe.”

Bem, criança, bebê, não sabe o que é bom para si mesmo. Se deixarmos que ele defina o que quer e como quer, as coisas facilmente virarão uma bagunça que pode ser prejudicial a todos os envolvidos nela, inclusive o bebê.

E isso é válido para a amamentação. A forma como abordamos a alimentação desde os primeiros dias do bebê pode afetar diversas áreas da sua vidinha, como o sono noturno, o humor, a frequência de cólicas, a interação dele com você e as pessoas ao redor, a disciplina no que diz respeito a ter rotina, saber esperar, reconhecer que existe “o outro”, entre várias outras coisas.

Gente, isso é muito importante! A forma como você abordar a amamentação com o seu bebê pode determinar muito do que será a relação dele com o mundo nesse comecinho de vida!

Bem, se você está grávida ou amamenta e deseja se aprofundar mais nessas questões, incentivo-a a ler o livro “Nana Nenê” dos autores que citei acima. Você pode concordar ou não, gostar ou não, mas certamente obterá informações úteis para tomar suas decisões.

Como funciona o método “Nana Nenê”:


Os autores sugerem que a mãe ofereça o leite (seja ele do peito ou administrado na mamadeira) em intervalos regulares de 2h30 a 3h.

Por que? Ele dá diversas razões. Para mim, as mais importantes são:

- Para que você possa organizar a sua vida e ter a segurança de saber a hora de alimentar seu bebê sem ficar a espera do choro e na angústia de ter que adivinhar se cada choro significa fome, ou não.

- Para que seu peito tenha tempo de encher o suficiente para saciar o bebê, que terá mais fome e vontade de mamar após o intervalo considerável entre as mamadas. Quando o peito está mais cheio o bebê mama melhor, fica mais satisfeito, dorme mais, fica com humor melhor, ingere menos ar, tem menos cólica... Essa regra nem sempre funciona para todos, mas posso dizer que funcionou com meus três filhos.

- Para que ele durma a noite toda (e essa é a razão principal da proposta do método). Um bebê recém-nascido que é acordado durante o dia de 3 em 3 horas para mamar, ficará tempo considerável desperto e irá naturalmente ampliar o tempo de sono à noite, já que a mamãe, segundo o método, não irá acordá-lo de madrugada para mamar, mas pode amamenta-lo (não precisa “deixar chorar”!) caso ele acorde naturalmente próximo aos horários programados.

Como apliquei esse método com meus filhos:


Fiz várias tentativas de rotina com a primeira filha, até que cheguei nessa que funcionou perfeitamente para ela e para os gêmeos. As mamadas tinham horários fixos:

-8h00
-11h00
-14h00
-17h00
-20h00
-23h00 (sendo que nessa eu dava de mamar com eles dormindo)
-E nas madrugadas, caso os bebês acordassem nos intervalos de 3h ou mais.

Esses horários tinham uma margem de flexibilidade de 30 minutos, isto é, caso o bebê sentisse fome antes do horário, eu oferecia o peito até 30 minutos antes do horário programado, mas não mais do que isso. E caso precisasse atrasar um pouco, dentro dessa margem de tolerância era tranquilo para os bebês esperarem.

Como foram as experiências:


Meus bebês se adaptaram muito bem com essa rotina, desde as primeiras semanas de vida. A primeira filha sofreu mais com cólicas e refluxo e chorou mais do que os gêmeos. Algumas pessoas me incentivaram a resolver o choro com livre demanda de leite, mas consegui aguentar firme (foi difícil!) e mantive a rotina juntamente com a medicação. Por volta dos 3 meses de vida as cólicas passaram, o refluxo melhorou consideravelmente e a rotina prevaleceu!

Eles normalmente não choravam fora dos intervalos. Na verdade, por serem adaptados com os horários, pouquíssimas vezes choraram por fome. E quando choravam, eu sabia que precisava averiguar se havia outro problema como dores, coceira, sono etc.

A melhor coisa foi em relação ao sono noturno. A mais velha com 2 meses já dormia de 5 a 6 horas seguidas. A gemelar 1, chorou de 3 em 3 horas nas madrugadas apenas nas 3 primeiras semanas, depois foi ampliando os intervalos, até que com 2 meses e meio, dormia até às 8h da manhã direto. O gemelar 2 foi um pouco mais manhoso e queria ir para minha cama de madrugada. Eu sabia que o choro não era por fome, já que ele dava só uma “mamadinha” e logo dormia. Fomos levando essa situação por comodidade há até poucas semanas atrás, e, aos 11 meses, acabamos com a mania dele com o outro método Nana Nenê, do outro livro odiado que falei – mas que resolveu nosso problema!

Outros benefícios:


- Nenhum dos meus bebês foi ou é demasiadamente apegado comigo. (Não tenho dúvidas do amor e do laço materno que existe entre nós, que fique claro); mas desde sempre eles ficam - e curtem ficar com outras pessoas da família: avós, tios e tias... e até com pessoas diferentes, no berçário da igreja, por exemplo. Sinto que o método ajuda bastante nesse aspecto. já que eles sabem que terão minha atenção e cuidado sem precisarem ficar "grudados" comigo.

- Conseguia programar minhas saídas e saber o horário de estar de volta para amamentar. Quando precisava sair por mais tempo e deixar os bebês com alguém, anotava os horários e deixava a mamadeira com leite em pó ou ordenhado.

- Não tive dificuldades em introduzir papinha e outros alimentos na rotina quando chegou a hora. O que fiz foi substituir uma das mamadas por uma refeição ou lanche.

- O desmame da primeira filha foi e dos gêmeos está sendo muito tranquilo, já que o ato de dar de mamar (com toda a carga afetiva que possui), tem um fim específico: saciar a fome. Quando ele vira um remédio para dor ou um meio para dar consolo, fazer parar de chorar, fazer dormir, resolver mal-humor, ou uma forma quase exclusiva de darmos atenção e carinho aos filhos, acaba gerando um vício na criança. Não estou dizendo que vícios desse tipo são terríveis e irreversíveis (minha filha mais velha até hoje é viciada na chupeta pra dormir!). Mas isso de fazer do peito a solução para todas as questões dificulta muito o desmame, e desestimula a criança a aprender as maneiras corretas de resolver seus problemas infantis.

Enfim, três filhos depois, método aprovadíssimo que facilitou muito a minha vida (especialmente com a vinda de gêmeos) e que recomendo a todas as minhas amigas mamães!

Espero que esse relato encontre mamães que precisem dessas dicas nessa fase tão delicada. Fiquem à vontade para deixar comentários e dúvidas, caso desejarem.

E bem agora, enquanto escrevo esse texto, lembrei que planejo em breve desmamar os gêmeos e isso me dá uma dorzinha no coração.
São momentos deliciosos, únicos, lembranças especiais dos nossos filhos que guardamos com todo o carinho.

Que você seja abençoada na sua jornada!

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